"Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz
Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também
Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
Se até da gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar
Menino a ti
Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver
Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção"
Zeca Afonso...
mais que uma música, um poema, e ainda mais que isso, um alerta para as deligualdades!
o nosso umbigo ganha cada vez mais força, e ja nem cumprimentamos quem passa, de tanto olharmos para ele...
mas os meninos do bairro negro também têm direito a ver o mar, o sol nascer...e cantar. os meninos do bairro negro somos todos nós com as nossas carências...o papão, todos os que nos ignoram, e nós próprios, quando ignoramos alguém...e a noite que tanto assusta, só anuncia o nascer de um novo dia.
se der, que nasça sem papão e sem umbigos, mas com meninos do bairro negro, porque esses (nós) não nos deixam esquecer que precisamos do outro, para sentirmos o que realmente somos nós!
Era um génio... Um daqueles que mereciam um mundo que os compreendesse a sério! :)
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