terça-feira, 30 de dezembro de 2008

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o vazio em mim não existe, tudo tem um significado...tudo acaba por se explicar, nem que como por magia...
encontrar um sentido para as coisas
encontrar a verdadade das coisas e nelas....
encontrar a beleza...
estes pequenos textos, citações...estes momentos que agora partilho...todos diferentes, mas igualmente belos...


"Sorri quando a dor te torturar, e a saudade atormentar os teus dias tristonhos; vazios.
Sorri quando tudo terminar. Quando nada mais restar do teu sonho encantador.
Sorri quando o sol perder a luz, e sentires uma cruz nos teus ombros cansados,doloridos.
Sorri vai mentindo a sua dor, e ao notar que tu sorris, todo mundo irá supor que és feliz."

Charles Chaplin




"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.
É preciso encontrar as coisas certas da vida, para que ela tenha o sentido que se deseja.
Assim, a escolha de uma profissão também é a arte do encontro, porque a vida só adquire vida, quando a gente empresta a nossa vida, para o resto da vida."

Vinícius de Morais



Soneto da Fidelidade (Vinícius de Morais)

"E tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meus pensamentos
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure"

Vinícius de Morais



http://www.youtube.com/watch?v=jXYJ3G_MC14

...BE HAPPY!!!!!!!!




pois bem, nesta virada do ano calha sempre bem fazer umas reflexões, pelo menos toda a gente fala delas!


eu não sou muito dada a reflexões à pressão, nem a conselhos de cabeleireiro, mas tenho algo pra vos dizer...vivam e sejam felizes! ;)


so..."don't worry, be happy(...) be happy now"

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Chuva...Mariza

uma mensagem de parabéns, atrasada, mas não esquecida.
uma música que me lembra de ti.
um poema que diz tudo, a quem sabe o que é o nosso tudo;
a quem não sabe, deixa uma porta entreaberta,
uma luz do que fomos, somos...e seremos sempre.
a morte traz a dor, o sentimento de perda, mas aumentou o teu ser em mim, fez-me crescer e amar-te ainda mais.
porque sei que...sim....e tu sabes que sim também...

"As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera Ai...
meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade"

http://www.youtube.com/watch?v=OzrUs08-SWs

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

"a mais bela" Chico Buarque



"Não, solidão,
hoje não quero me retocar
Nesse salão de tristeza
onde as outras penteiam mágoas
Deixo que as águas
invadam meu rosto
Gosto de me ver chorar
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me mostrarBonita
Pra que os olhos do meu bem
Não olhem mais ninguém
Quando eu me revelar
Da forma mais bonita
Pra saber como levar todos
Os desejos que ele tem
Ao me ver passar
BonitaHoje eu arrasei
Na casa de espelhos
Espalho os meus rostos
E finjo que finjo que finjo
Que não sei"

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

(bem) na minha mão

Abro os olhos e adormeço
Sem a mente fraquejar
Saio pela manhã
De passagem, coisa vã
Derrapagem
Que a viagem tem princípio,
meio e fim
Enquanto vergo,
não parto
Enquanto choro,
não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo
Não me venham buzinar
Vou tão bem na minha mão
Então vou para lá
Ver o que dá
Pé atrás na engrenagem
Altruísta até mais não
Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo
Presa por um fio
Na vertigem do vazio
Que escorrega entre os dedos
Preso em duas mãos
Que o futuro é mais
O presente coerente na razão
Frases feitas são reféns da pulsação
há dias assim, onde no meio de tanta esperança e positivismo, a confusão e a frustração me consomem (cada vez com mais intensidade).
os medos, as rotinas, os anseios, os receios...a tão eminemte queda...a falha quase inadmissível que surge de todas estas imposições de que tanto falo, mas não por culpa delas, longe disso...culpa sim da minha resistência ou dificuldade em aceitar que é assim que em de ser, e ponto...sem ter em conta tudo o resto, sem me ter em conta.
parece, mas não é um quadro de conflito seja com quem for, ou com o que for, é mesmo e só desilusão...comigo!
"O Caminho da Vida.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém extraviamo-nos.
A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria.
Criamos a época da velocidade, mas sentimo-nos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
Os nossos conhecimentos fizeram-nos cépticos; a nossa inteligência cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.
Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."
(último discurso do filme" O Grande Ditador")

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

uma pequena delícia!!!

um dos livros mais deliciosos...
uma passagem que me marcou imenso, que me ajudou a dar valor aos pequenos gestos.
porque todos precisamos de rosas, e de rapozas também ;)
pra quem ainda não leu, aqui fica um cheirinho do que andam a perder
"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia! - Disse a raposa.
- Bom dia! -respondeu educadamente o pequeno príncipe, que, olhando a sua volta, nada viu.
- Eu estou aqui. - Disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - Perguntou o principezinho.
-Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa.
- Vem brincar comigo - propôs ele. - Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho. - Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?
- Procuro os homens - disse o pequeno príncipe. - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens - disse a raposa - têm espingardas e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
- Não - disse o príncipe. - Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços? - Exactamente - disse a raposa.
- Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. - Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível - disse a raposa. - Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! Não foi na Terra - disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada: - Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito -

(..)
Por favor... cativa-me! Disse ela.
- Eu até gostaria - disse o principezinho –, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer ?- perguntou o pequeno príncipe.
- É preciso ser paciente - respondeu a raposa - Tu te sentirás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe voltou.
- Teria sido melhor se voltasses à mesma hora - disse a raposa. - Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
- Que é um "ritual"? - Perguntou o principezinho
- É uma coisa muito esquecida também - disse a raposa - É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adoptam um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias!
Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua - disse o principezinho. - Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis - disse a raposa.
- Então não terás ganho nada!
- Terei, sim - disse a raposa - por causa da cor do trigo. Vai rever as rosas. Assim, compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.
O pequeno príncipe foi rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes ninguém. Sois como era minha a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.
As rosa ficaram desapontadas.
- Sois belas, mas vazias - continuou ele, - Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (excepto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é a minha rosa.
E voltou, então à raposa:
- Adeus... - disse ele.
- Adeus - disse a raposa. - Eis o meu segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração.
"Só se vê bem com o coração" - repetiu o principezinho, para não esquecer.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... -repetiu ele, para não se esquecer.
- Os homens esquecem essa verdade - disse ainda a raposa. - Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa... - repetiu o principezinho, para não se esquecer. "


Antoine de Saint-Exupéry

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

"só sei que nada sei"; Sócrates

não, não é clichet...
é uma verdade, quase absoluta, e que cada vez mais ganha sentido e força!
quanto mais procuro e consequentemente encontro, mais ganho consciência do que ainda tenho para descobrir e conhecer; e é neste ponto que esta velha máxima ganha, para mim, cada vez mais sentido!
sinto cada vez mais uma necessidade de estar presente, de viver, de experenciar, de tomar contacto com o outro...com a vida.
cada vez mais as conversas de café são mais que só isso...
estou cada vez mais disposta a deixar-me moldar, a absorver influências, a simplesmente viver!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

TABACARIA

"Não sou nada.
Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisasSenão uma despedida,
tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada."

...



quem sou?...


se fosse uma flor...
uma tulípa
de que cor...
qualquer uma, não ligo a isso...gosto de todas;
todas juntas e misturadas!
mas como não sou uma flor,
acabo por ser mais uma
que tenta remar contra a maré,
que faz por não passar despercebida no peito de quem tem coração;
por deixar marca no peito quem está disposto a amar e não teme o desconhecido!
mais uma que tenta não passar por cá ...em vão.
deixem a corrente pros rios, a maré pros outros e pensem e hajam,
porque há tanto pra ver e fazer, e apenas dois dias de vida...